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Movimento antivacina coloca população em risco

23 de julho de 2020

As vacinas foram descobertas em 1789 e desde então são as responsáveis pela erradicação de diversas doenças, como varíola e a poliomielite, prevenindo ainda muitas outras, tanto, que sua aplicação é recomendada ao longo da vida. Toda a eficácia, no entanto, está sendo questionada pelo movimento antivacina, que apesar de pouco comentado, vem ganhando força e é apontado como uma ameaça para a imunização da população em 2019 – segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com mais de 200 anos de existência, a eficácia das vacinas começou a ser questionada em 1998, por meio de um estudo publicado na revista científica ?The Lancet?, pelo britânico Andrew Wakefield, que afirmou, na época, que a vacina triplex, utilizada para prevenir caxumba, sarampo e rubéola, causava autismo. A versão, no entanto, foi desmentida anos depois, quando fizeram novos estudos para comprová-la.

Teoria

Mesmo após ter sido desmentido, o estudo é utilizado até hoje como parte do argumento de grupos antivacina, que preferem correr riscos, não tomando a imunização, a serem imunizados com as doses. A ideia do grupo, além do autismo, é que somente o sistema imunológico já daria conta de resolver o problema e que as vacinas devem ser tomadas tardiamente, quando ele estiver mais maduro.

Se antigamente religiosos e pessoas que acreditam fortemente em teorias da conspiração eram adeptas da antivacina, atualmente, pessoas que acreditam em uma vida mais natural, também tem engrossado o coro. Elas veem a vacinação como algo artificial circulando dentro do corpo humano, o que seria prejudicial para o mesmo.

Riscos

A prática de não se vacinar pode trazer uma série de riscos. O primeiro deles é o de que a imunização serve para conter a propagação de um vírus e quando isso não ocorre, pode haver uma consequente epidemia do mesmo. Além da possibilidade de surtos de doenças, que muitas vezes já estão contidas ou até mesmo erradicadas, há ainda a quantidade de mortes que a falta de vacinação gera, principalmente as infantis.

De acordo com o médico Tálib Moussallem, a falta de vacinação faz com que os adultos cresçam sem imunidade e com a globalização e o aumento no número de viagens, as chances dessas doenças se espalharem ao redor do mundo crescem assustadoramente.

O medo das autoridades é justamente a série de mortes que doenças que hoje são consideradas simples, como a caxumba e a rubéola, podem causar se ideias como estas se espalhem e haja uma baixa imunização da população. É válido lembrar também das sequelas que esses males podem deixar nas pessoas, caso elas sobrevivam. Assim, o fantasma dos séculos passados, onde essas doenças dizimaram e prejudicaram diversas pessoas, volte a ocorrer.

Vacinar é importante, em qualquer idade!

A vacinação é importante não apenas para que aquela pessoa esteja protegida contra determinados tipos de doenças, mas também para que ela não se torne um vetor de vírus e passe a infectar outras pessoas, já que muitas dessas doenças podem ser contraídas por meio do contato entre indivíduos ou com a tosse, espirro ou fala deles, que também propaga essas mazelas.

O médico aponta também o fato de que essas doenças agem na vida adulta com muito mais força do que agiriam na infância. Por isso, para ele, seguir o calendário de vacinas desde a infância consegue não apenas prevenir essas mazelas, mas livrar os adultos de consequências ainda piores, caso eles contraiam algo por falta de imunização.

Além disso, é válido ressaltar a segurança das vacinas, que elas também são uma forma de prevenção e desmistificar os itens das quais elas são feitas. As vacinas são produzidas por meio dos microrganismos da própria doença que ela previne, como a de sarampo, que contém o vírus da doença. Entretanto, estes microrganismos estão enfraquecidos ou mortos, permitindo que o corpo não desenvolva a doença, porém consiga combatê-la caso necessário.

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